A república dos “falastrões”
Fui abalroado por um léxico que há muito não ouvia sair da boca de um político ao, no sábado dia 20 de maio, me deparar com o pronunciamento do presidente Michel Temer no Palácio do Planalto. Falastrão! Dizia o presidente. Um empresário - afirmava o mandatário da nação -, em pleno início de um novo vôo da economia brasileira rumo ao crescimento, mirou a sua carabina no motor no avião e disparou! Falastrão; boquirroto; aquele que fala muito; aquele que não consegue guardar segredos; ou é muito inconveniente e indiscreto. O episódio tratado pelo presidente é mais um parágrafo do livro da república brasileira, que vem sendo escrito desde os seus primórdios, marcado pela supremacia de grupos econômicos – se quiserem burguesias – forjadas a golpes de uma aristocracia rural, escravocrata, paternalista, corporativista que, em episódios recentes da nossa história, praticou o clientelismo, a dominação de grupos sociais vulneráveis e o controle eleitoral. O horizonte cultural que marca a es...
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