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Mostrando postagens de janeiro, 2011

A polenta com frango do Capitão Joaquim de Moraes

Hoje senti saudades dos tempos que se foram. Perguntaram para mim se gostava de polenta com franco. Eu disse que sim, adoro polenta com frango. Fatalmente veio à minha mente os dias em que a merenda era oferecida com um cardápio bem variado. Toda sexta-feira, polenta com as extremidades dos frangos. Isso mesmo, pescoço e pés mais o molho de tomate minuciosamente temperado pela Dona Gilda. A fila era grande e todos disputavam os pés e pescoços dos frangos. Adão, aluno da sétima série, ajudava as merendeiras e recolher os pratos e talheres e, como pagamento pelos serviços realizados, recebia um belo prato de polenta com muito molho e, é claro, vários pés e pescoços de frangos. Certo dia questionei o fato de ele receber um prato mais substancioso do que eu. A resposta da Dona Gilda foi na lata, “ele ainda não comeu e me ajudou a recolher todos os pratos”. Dona Gilda se aposentou, Adão tem destino desconhecido e eu acabei de comer um belo prato de polenta, sem pescoço e pé. Fazer o quê! N

Somos todos inteiros com ausências de pedaços dolorosos

A intensidade da vida se desdobra em infinitos nuances. Os embates e debates fazem com que a vida em família não seja uma qualquer, desprovida de emoção e adrenalina. A complexidade de relações tornam a vida um feixe de interesses, compaixões, e por que não, frustrações inevitáveis. Quando retorno ao passado vejo todos em pé de igualdade. Quanto volto ao presente e analiso, vejo que nem todos são iguais, alguns dão aulas, outros lavam carros, outros são lavradores e, ainda, alguns possuem destinos desconhecidos. Naquela época tudo parecia igual, dentro de uma patente diversidade. Mas o microcosmos que se apresentava estava sob controle, um aparente controle. O futuro tem dessas coisas, desarruma tudo para que nós tentemos arrumar novamente. Ilusão! A ordem é o caos. E uma certeza varre esses dias que vivo: "somos fruto de nossas escolhas incoerentes, inconsequêntes e, muitas vezes, irracionais. Que bom que é viver como na incoerência que chamam de família... Rodrigo Alberto T