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Mostrando postagens de junho, 2011

TÍNHAMOS TUDO!

Sim tínhamos! Sinto o cheiro de talco, misturado com alho e cebola daquela cozinha com uma cristaleira envelhecida, como Ela, pelo tempo. O importante era comer algo. A satisfação brotava-lhe pelos olhos. Sim, tínhamos tudo! Algumas coisas já se faziam ausentes, mas daquele espaço-tempo-referência, tínhamos tudo o que precisávamos. O seu cheiro... A sua voz gravada numa brincadeira de um garoto de apenas 13 anos... na fita... já trêmula pelo tempo. Tínhamos tudo, por menor que fosse nosso mundo, por mais imediatas que fossem nossas ações, tínhamos quase tudo. Não, não tínhamos quase tudo. É como se fosse uma troca: para ter o hoje deverás abrir mão do cheiro de talco, cebola, alho e da segurança, do aconchego, da solidez que representava aquela cristaleira, sempre no mesmo local, com os mesmos cristais de festa-de-fim-de-ano. Ainda sinto-a nas pontas de meus dedos... passando, correndo, apressado para não perder a brincadeira. Tínhamos tudo, mas não sei se éramos melhores, não sei se é