Partir

A linha entre o poético e a tragédia é muito tênue. Na realidade podemos ver poesia em muitos momentos, mesmo naqueles que transmitem muita dor. A maior parte das separações causa desconforto. O rompimento, a ausência e toda a materialidade de gestos, abraços, cheiros, sorrisos e olhares se transformam em lembranças que, em muitos casos, podem ser guardadas. Tenho muitas questões que me inquietam. Estou ensopado de questões, dúvidas e medos. Tenho medo tanto de perder quanto de ganhar. A partida é triste, mas sempre pode ser lida poeticamente como uma forma de chegada. Assim sendo, o brilho que vejo nos olhos de minha filha transmite vontade de viver e a certeza que sua vida será sempre tomada por momentos de ganhos e outros de perdas. Sua vida será repleta de ganhos e partidas. Que eu consiga fazer com que suas perdas sejam entendias como ganhos. Afinal, toda ruptura será regada com a abertura de novas possibilidades. Em outras palavras, o caos é fundamental para o restabelecimento da necessidade do equilíbrio.

Rodrigo Alberto Toledo
Doutorando em Sociologia com período sanduíche na Universidade de Salamanca, USAL, Instituto Iberoamerica e Centro de Estudos Brasileiros, tendo como objeto de pesquisa o processo de planejamento urbano da cidade de Araraquara e sua relação com a FAU-USP e processos participativos na formulação de políticas públicas urbanas. Tem Mestrado Acadêmico em Sociologia e Especialização em Gestão Pública e Gerência de Cidades (2001) pela UNESP-FCLAr-PPG. Licenciatura Plena e Bacharelado em Ciências Sociais pela UNESP-FCLAr. Foi presidente da ONG Araraquara Viva e coordenou inúmeros projetos socioambientais que foram aprovados pelo Ministério da Cultura, Lei Rouanet. É bolsista do programa CAPES.

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