O significado de emprestar dinheiro ao FMI

Todos os brasileiros estão acompanhando as manifestações esfusiantes do presidente Lula ao emprestar dinheiro ao FMI. O Fundo Monetário Internacional foi criado no contexto da Guerra Fria e tinha por objetivo atingir uma das metas da Organização das Nações Unidas que era erradicar a miséria no mundo por meio de empréstimos às nações ditas em desenvolvimento, ou no linguajar da época "subdesenvolvidas". Entretando, as décadas demonstraram que seu real objetivo era o de instrumentalizar o mundo subdesenvolvido capitalista num momento em que as duas superpotências nucleares URSS e EUA disputavam palmo-a-palmo às áreas de influência no Globo. Mas nesse século XXI cumpre-nos a tarefa de analisarmos criticamente os objetivos do fundo e, obviamente, as manifestações tão positivas do presidente em emprestar 10 bilhões de dólares ao FMI. Primeiramente, os objetivos preconizados pelo FMI desde sua criação não foram atingidos. Em muitos momentos ele serviu sim como um instrumento para forçar as economias dependentes e periféricas a se enquadrarem nos pressupostos econômicos dos países ditos de primeiro mundo. Em segundo com relação ao comportamento presidencial brasileiro, entristece-nos ver um presidente que se alegra com o fato de estarmos emprestando dinheiro ao FMI. Mas o que tem de inovador nisso? Entendemos que mais parece um comportamento infantil de alguém que está tendo oportunidade de dar a rechanche em quem sempre nos obrigou a aplicar políticas econômicas ortodoxas como contrapartida aos empréstimos cedidos. De certa forma, o comportamento do presidente incomoda ainda mais por ser possível vefiricar nele um traço da política brasileira: o de tratar a coisa pública como uma extensão da privada. Somos ainda hoje, uns desterrados em nossas próprias terras.


Rodrigo Alberto Toledo
Doutorando em Sociologia com período sanduíche na Universidade de Salamanca, USAL, Instituto Iberoamerica e Centro de Estudos Brasileiros, tendo como objeto de pesquisa o processo de planejamento urbano da cidade de Araraquara e sua relação com a FAU-USP e processos participativos na formulação de políticas públicas urbanas. Tem Mestrado Acadêmico em Sociologia e Especialização em Gestão Pública e Gerência de Cidades (2001) pela UNESP-FCLAr-PPG. Licenciatura Plena e Bacharelado em Ciências Sociais pela UNESP-FCLAr. Foi presidente da ONG Araraquara Viva e coordenou inúmeros projetos socioambientais que foram aprovados pelo Ministério da Cultura, Lei Rouanet. É bolsista do programa CAPES.

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